Supersalários em tecnologia só valem para PJ? Contratos flexíveis empolgam, mas CLT não fica atrás

Remuneração de alguns cargos na área de TI chama atenção — Foto: José Cruz/Agência Brasil
Remuneração de alguns cargos na área de TI chama atenção — Foto: José Cruz/Agência Brasil

A pandemia de Covid-19 potencializou a busca por profissionais de tecnologia no Brasil e no mundo. E a alta demanda combinada à escassez de mão de obra tem contribuído para a oferta de salários bastante atrativos.

Em novembro, a recrutadora Robert Half lançou um guia salarial com perspectivas de remuneração para 2024 em várias áreas, incluindo tecnologia.

Os salários dos cargos analisados chamaram atenção, com remuneração acima de R$ 20 mil em várias ocasiões, e de até R$ 51,6 mil para um diretor de tecnologia experiente.

No entanto, alguns profissionais questionaram ao g1 se esses “supersalários” são mesmo aplicáveis para contratos com carteira assinada ou apenas para quem trabalha como PJ.

Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que, apesar de os contratos PJ serem conhecidos por pagar salários maiores ao fim do mês, o modelo nem sempre compensa e esses valores também podem ser atingidos com um emprego CLT (entenda abaixo).

➡️ Em resumo, o contrato CLT é aquele em que a empresa registra o funcionário em carteira e, assim, precisa seguir todas as normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como pagar férias, 13º salário, FGTS, INSS etc.

contrato PJ, por sua vez, é um acordo entre pessoas jurídicas (empresas), então não garante ao trabalhador os direitos da CLT, explica o advogado trabalhista Denison Leandro.

“Ele recebe um salário um pouco maior porque não tem os descontos no holerite, mas tem que tirar dinheiro do próprio bolso se quiser algum benefício”, afirma o especialista.

Qual paga mais: PJ ou CLT?

 

“Hoje a gente tem salários muito atraentes no modelo PJ e no modelo CLT. Vai depender do tamanho da empresa, da complexidade da vaga, se essa empresa é uma startup ou não”, afirma Joel Nunes Carrel, gerente comercial da Randstad Brasil, empresa global em soluções de Recursos Humanos.

De acordo com ele, apesar da tendência de contratos PJ pagarem mais, por não haver descontos, a CLT no Brasil também proporciona salários altos, “principalmente para profissionais mais sênior, que trabalham com dados, inteligência artificial, programação”.

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